Era
uma tarde de domingo no mês de Novembro, quando ela decidiu que
daria uma chance à si de se apaixonar, de ser feliz com outra
pessoa, de recomeçar. O fato dele ser de outra cidade não à
incomodava, estavam juntos à pouco tempo, mas para ela o que
importava era a intensidade com que as coisas foram fluindo entre
eles, mesmo ela tendo voltado de sua viagem de formatura(que ele não
aprovava) ela estava indo para a casa dele, o tempo não passava para
a chegada do dia em que ela o veria de novo.
Chegando
lá, um abraço, um beijo e muitas risadas, ela estava conhecendo os
pais dele pela primeira vez, e o seu pai estava indo para a cidade
encontrá-la para conhecer seu novo namorado em dois dias.
No dia seguinte uma conversa no sofá, ela abriu seu coração com
tanto cuidado para se apaixonar de novo, como se fosse uma caixinha
de jóias, com medo de quem visse o que possuía dentro pudesse
rouba-la, roubar sua vida, seu corpo, sua alma. Então ele deu a
cartada final, um dia antes de seu pai chegar na cidade para
conhece-lo, após sua viagem de formatura da qual ela só pensava
nele, ligava para ele, não conseguiu se envolver com ninguém na
viagem, não aproveitou como suas amigas as bebidas, as paqueras, as
madrugadas.
Então
pela primeira vez ela morreu. Sentiu dentro de si um aperto e um
vazio enorme. Com quem iria falar? Para quem pedir socorro em uma
cidade aonde você só conhece a pessoa que está com você? Como
fingir até seu pai chegar que nada aconteceu? Como beijá-lo na
frente dos pais dele para não provocar um caos na casa enquanto você
está lá? Como dormir junto, como fazer o choro desistir nos
abraços?
Ela tinha
vontade de se ferir com uma navalha ou qualquer outra coisa que a
fizesse ver sangue, para que ela tivesse certeza que existe dor
maior, e que ela havia sobrevivido.
Por: Paola Trebbi Dietzold
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