quarta-feira, 16 de maio de 2012

A primeira morte.


Era uma tarde de domingo no mês de Novembro, quando ela decidiu que daria uma chance à si de se apaixonar, de ser feliz com outra pessoa, de recomeçar. O fato dele ser de outra cidade não à incomodava, estavam juntos à pouco tempo, mas para ela o que importava era a intensidade com que as coisas foram fluindo entre eles, mesmo ela tendo voltado de sua viagem de formatura(que ele não aprovava) ela estava indo para a casa dele, o tempo não passava para a chegada do dia em que ela o veria de novo.

Chegando lá, um abraço, um beijo e muitas risadas, ela estava conhecendo os pais dele pela primeira vez, e o seu pai estava indo para a cidade encontrá-la para conhecer seu novo namorado em dois dias.

No dia seguinte uma conversa no sofá, ela abriu seu coração com tanto cuidado para se apaixonar de novo, como se fosse uma caixinha de jóias, com medo de quem visse o que possuía dentro pudesse rouba-la, roubar sua vida, seu corpo, sua alma. Então ele deu a cartada final, um dia antes de seu pai chegar na cidade para conhece-lo, após sua viagem de formatura da qual ela só pensava nele, ligava para ele, não conseguiu se envolver com ninguém na viagem, não aproveitou como suas amigas as bebidas, as paqueras, as madrugadas.

Então pela primeira vez ela morreu. Sentiu dentro de si um aperto e um vazio enorme. Com quem iria falar? Para quem pedir socorro em uma cidade aonde você só conhece a pessoa que está com você? Como fingir até seu pai chegar que nada aconteceu? Como beijá-lo na frente dos pais dele para não provocar um caos na casa enquanto você está lá? Como dormir junto, como fazer o choro desistir nos abraços?

Ela tinha vontade de se ferir com uma navalha ou qualquer outra coisa que a fizesse ver sangue, para que ela tivesse certeza que existe dor maior, e que ela havia sobrevivido.

Por: Paola Trebbi Dietzold



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