sexta-feira, 11 de maio de 2012

Apertem os cintos



Ela fez uma viagem sem volta, queria mais do que poderia ter. Queria não só o coração que já tinha em mãos, mas para continuar viva, precisava de outros. Talvez fossem os batimentos que a faziam ficar entusiasmada, fazendo com que ela se sentisse viva.

Mas a vida não era tão simples assim, ela não poderia ter dois ao mesmo tempo, e então mais uma vez, ela escolheu o caminho que parecia mais fácil. Fugir para os braços da rotina. Era impossível julgá-la, mas ainda assim as pessoas a faziam. Afinal, como ficaria a escola, os amigos...Como ficaria sua vida?

Ela não entendia que não devia satisfações à ninguém, que na vida não existem tantas oportunidades de ser feliz, talvez por isso ela tenha se deixado ser pega pela insegurança e ser jogada nos braços da rotina.

E ele? Será que ela não pensava nele? Foram-se dias até sua decisão ser tomada, e segundos para que seu mundo parasse sem ela. Mas algo deveria ser feito, ele não tinha físico nem emocional mais para espera-lá. Ele sentia que iria explodir à qualquer momento, que lhe faltava ar, que lhe faltava parte de si se não a visse, se não falasse com ela.

Estudavam juntos e as férias haviam acabado de começar, ele não sabia, mas era um gato de sete vidas, se perdesse essa, ainda teria mais seis. Mas esse sentimento para ele era difícil de ir embora, de lutar contra, isso estava tatuado em seu peito e sua maior vontade era rasgar sua pele, só assim ele saberia como nascer de novo. Morrendo.

Ela era como um copo de cerveja, e ele um ex alcoólatra, um de frente pro outro. Era difícil, mas ninguém disse que o amor é pra ser fácil. Mas as vezes o importante não é o tempo que você leva para se curar de uma queda, e sim quem você tem ao seu lado para ajudá-lo a levantar. E nós sempre estaremos no mesmo lugar.

Paola T. Dietzold

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